segunda-feira, 30 de junho de 2008

O Regresso

Depois da bela saladinha de atum e com a camisola do Zézi já no camião, partimos de Geneve conscientes da longa etapa que tínhamos pela frente. É para fazer tudo de estalo diz o Jé, “eu levo o camião”, pois o Beja já tinha feito Basel-Geneve.

Entramos na auto-estrada para percorrer os menos de 20 Km até à fronteira com a França. Chegados à fronteira, somos mandados encostar por uma “Securita”. “Dedé, vem cá falar com a gaja” dizem Jé e Beja. Dizia a senhora que não tínhamos selo para circular nas auto-estradas suíças, e que tínhamos de adquirir o selo. Saltou logo aquele francês básico para nos insurgirmos contra a situação, fazendo-nos de parvos e explicando que tínhamos vindo de Geneve e apenas tínhamos andado alguns quilómetros em auto-estrada por ser a única saída possível. A resposta foi “nem que fosse 1 Km, são 40 francos ou € 30,00. Pagámos e calámos, toca a andar em direcção a Lyon.

O turno no cockpit era do Jé e Beja, Dedé e Marco deviam dormir porque a noite era deles…Impossível pois claro, tínhamos dormido a noite toda e estávamos todos fresquinhos. Os quilómetros passavam, a chuva intensificava-se e chegávamos a Lyon…perdão…2ª circular em hora de ponta. As filas eram intermináveis e Jé resolveu inventar um atalho. Sai na próxima e segue o Scolari. A única coisa que adiantou foi mesmo a vista…

Montpellier era a próxima passagem, isto claro na auto-route, que o Marco já não queria andar em mais serras. Tinha de ser sempre a abrir, parar só para abastecer porque estávamos ansiosos por chegar a casa. Pelo caminho já se pensava no que queríamos comer quando chegássemos a casa: Jé queria um bife da mãe (chegou mesmo a pedir por telemóvel), Beja contentava-se com manteiga, Marco desejava um franguinho e Dedé bacalhau…

A última paragem em França foi antes de Toulouse…pôr apenas o gasóleo suficiente para chegar a Espanha e…troca de turno. Marco salta para o comando com Dedé a co-piloto. Já sabemos, tão a pensar que passados 5 minutos já o Beja e o Jé estavam a roncar… enganam-se. Jé bem se deitou mas as saudades do bife eram muitas e não conseguia dormir enquanto Beja decidiu ler a Única que tinha partido connosco de Portugal. Depois de passarmos por Toulouse lá arroxaram, pelo menos até à fronteira quando foi preciso decidir se íamos pela autovia ou pela autopista. Dada a forte tromba d’água e as condições do piso, decidimos seguir pela autopista, porque “mais serra não” ainda por cima com chuva. Passados uns quilómetros, a autopista que o Scolari nos indicava acabou (ainda não estava terminada) e tivemos de perguntar à senhora da portagem por onde seguir, dizendo-nos ela que devíamos seguir em direcção a Vitória, para posteriormente seguir para Burgos. Só não nos disse que tínhamos que atravessar montanhas novamente, daquelas com nevoeiro e sinais de 30 nas curvas e contracurvas…era o desespero novamente, principalmente do piloto…

Vale a pena ver o vídeo, nem k seja pela banda sonora

Passados 30 Km de montanha, lá entrámos na autovia para Burgos, altura para fazer uma paragem e trocar de condutor ( Marco já conduzia há aproximadamente 5 horas consecutivas). Dedé que seria o substituto, já vinha às “cabeçadas” há uns quilómetros e não estava em condições de conduzir em segurança. Saltou o Beja para piloto e Marco para co-piloto. Daqui para a frente foi sempre a andar…entretanto Jé troca com Marco, e Beja decide ver qual a velocidade máxima do camião no troço Burgos-Salamanca onde não se viam carros nenhuns. Quando Marco e Dedé acordam já estávamos a encher o depósito antes da fronteira de Vilar Formoso e já o sol brilhava, quando o relógio marcava as 7h00 tugas.

Resolvemos mudar o turno apenas depois da fronteira pois Beja e Jé queriam ler a Bola na 1ª estação de serviço tuga…esqueceram-se que estávamos p’ra lá de “onde Judas deixou as botas” e os jornais apenas chegavam por volta das 9h00.

Dedé salta para o comando do camião e aí fomos A23 abaixo, passando Guarda, Covilhã e Castelo Branco. O tempo passava e a sardinhada estava a ser combinada. Depois de tanto desejo de carne, passámos todos a pensar na bela sardinha em Setúbal. Hora prevista de chegada era às 11h40…Ti Prudência às 12h30.

Antes ainda passámos pela bomba do Jumbo, uma das mais baratas do país, para encher o depósito antes da devolução do camião.

Depois de acabarmos as minis, atirámo-nos às sardinhas da Ti Prudência

Depois de almoço foi contra relógio para limpar o camião e ir entregar a tempo e horas. Orçamento do arranjo do camião ficava para dia seguinte. Era altura de ir ver o França-Itália ao André Soares.

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